top of page

O belo início de um sofrimento prazeroso

  • Foto do escritor: André Lopes
    André Lopes
  • 16 de jun. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 4 de mai. de 2021

Para entender o que se passa na minha cabeça clubista, temos que voltar no dia 26 de outubro de 2014. O lugar? Minha casa. O jogo? Em Wembley. Eu não entendia nada sobre futebol americano na época, e muito menos o porque do jogo estar sendo disputado em Londres, sendo que a Liga é americana. Meu mundo esportivo era 100% voltado ao futebol da bola redonda. Decidi me permitir e testar outras modalidades esportivas - até curling cheguei a acompanhar - assim entra a NFL na minha vida.


O jogo era num domingo por volta das 10h aqui no Brasil. Detroit Lions e Atlanta Falcons passavam por momentos distintos na semana 8 da temporada regular. Lembro que só pensei em assistir esse jogo, porque era dia de eleição no país - segundo turno para a corrida presidencial - e não me arrependi.


A primeira metade do jogo foi um massacre absoluto de Atlanta. Chegou no halftime fazendo 21 a 0 com uma tranquilidade considerável. A maioria das pessoas teria virado torcedores do Falcons neste momento, mas eu não aceito o que vem fácil. Confesso que fiquei com um pouco de raiva pelo placar momentâneo, e inconscientemente comecei a projetar uma reação na minha cabeça. Aqui vai o spoiler: e não é que a reação veio?


Não podia ser de forma mais singela. Talvez proposital para um novato empolgado com o que estava vendo, mesmo sem entender muita coisa. O time liderado por Matthew Stafford, Calvin Johnson e Golden Tate voltou para o 3° quarto da partida com outra mentalidade. Vieram inflamados, eles sabiam que poderiam virar aquele jogo. Naturalmente foram diminuindo a diferença no placar, consequentemente me iludindo - a primeira iludida a gente nunca esquece - e fazendo por onde.


Chegamos à última campanha do jogo e acreditem, o Detroit Lions estava a um field goal de ganhar a partida, após 19 pontos seguidos. Sam Martin recebeu o snap, preparou a bola com carinho, e o kicker Matt Prater da linha de 48 jardas, acertou um coice com efeito no Y (o spoiler relata o que houve pós chute).



Os segundos que antecederam aquele ato, não tem como serem detalhados por mim. A esperança de virar um jogo perdido para muitos falava mais alto, simplesmente me levantei de frente para a televisão, e esperei o snap. A felicidade não cabia no rosto, minha mãe achou que eu estava maluco. Passei o restante daquele dia e dos dias seguintes com aquele time na cabeça, aquele jogo, aquele esporte.


Na semana posterior estava lá mais uma vez, louco para assistir outro jogo do Lions. Ele não foi transmitido (torcer para time sem poder de voto é complicado), mas dei um jeito de acompanhar pela internet, e vendo o jogo que passava na televisão.


O amor pelo esporte nasceu acompanhando a Liga como um todo. O amor pelo Detroit Lions foi instantâneo. Ser sofredor/torcedor deste time me fez querer falar de NFL para outras pessoas e com outras pessoas. Na época, até queria virar jornalista esportivo, hoje encaro como algo prazeroso, falar do que gosto sem comprometimento. Espero que outras pessoas façam o mesmo.



Comments


© 2021 por Carol Grigori.

bottom of page