Fora de campo: a história de Drew Brees
- Giovanna Sociarelli
- 14 de jun. de 2020
- 5 min de leitura
Atualizado: 15 de set. de 2021
Nesta série contarei a trajetória das grandes estrelas da NFL. E para começar, não poderia ser diferente: Drew Brees, quarterback do New Orleans Saints (meu time).
Drew Christopher Brees nasceu em 15 de janeiro de 1979 na cidade de Dallas, Texas. Mudou-se para Austin quando tinha 7 anos, época em que seus pais se separaram. Por esse motivo, Drew viveu em muitos diferentes lugares até os 14 anos.
A mãe de Drew buscou para ele e o irmão a melhor escola da região com um bom programa de atletas. Assim, a família se mudou para o distrito da Westlake High School, lugar onde ele começou a sua carreira como jogador de futebol americano.
Carreira
Drew chegou na escola como um calouro e foi conquistando aos poucos espaço no time. Quando estava em seu ano sênior disputando os playoffs, o jogador sofreu uma lesão chamada ACL (rompimento do ligamento anterior cruzado). Essa lesão foi um marco na carreira do jogador, pois ainda jovem percebeu que poderia não voltar a ser tão bom quanto era. Não só Drew sofreu nesse momento, seus técnicos também ficaram devastados: uma lesão naquele ano seria suficiente para encerrar a carreira antes mesmo dela começar.
Foi por conta da ACL que ele se fez mais forte, física e mentalmente. O treinador dele no High School acredita que, sem esse desafio, Drew Brees não teria chegado onde está hoje.
Drew recebeu sua primeira proposta de recrutamento para a universidade apenas nos playoffs porque sua lesão levantou questões com o desempenho dele ser apenas resultado de um sistema com um bom time. O jogador foi recrutado apenas na Championship State pela Universidade de Purdue. Sobre a ocasião o jogador declarou: “foi a primeira vez que alguém me olhou nos olhos e disse que eu era o cara e me fez acreditar que eu era capaz”.
A carreira dele no College teve números muito bons, e aos 19 anos já tinha quebrado todos os recordes da Universidade. Ele não se provou apenas um jogador bom, mas um líder dentro e fora do campo, a pessoa responsável por levar todo o time para o mesmo nível. Mas o quarterback não foi bem no Combine por estar focado demais na formatura. Seus números no evento foram tão ruins que os times da NFL pensaram que as excelentes estatísticas dele no College fossem fruto do sistema, não de talento.
O Draft 2001 foi emocionante, não só para Drew como para seus treinadores. Todos os times já tinham escolhido seus quarterbacks na primeira rodada, inclusive Miami que demonstrava muito interesse em usar a pick #26 para tê-lo no elenco. O San Diego Chargers o draftou na pick #32 para assumir num futuro próximo a vaga de Doug Flutie. Drew não atendeu as expectativas dos Chargers sob sua performance, por esse motivo a equipe selecionou Phillip Rivers no Draft 2004. A competição para a vaga de starter o levou a dar seu máximo em cada jogo.

No final de 2005 Drew Brees teve a lesão mais séria de sua carreira durante um jogo que o levou a acreditar que jamais vestiria uma camisa de futebol de novo. Trata-se de uma lesão no labrum, estrutura cartilaginosa responsável por manter a estabilidade do ombro (direito no caso).
Era uma lesão incomum e sem um procedimento específico na época, mas ele foi operado de forma satisfatória, embora de alta complexibilidade. O período de recuperação durou 8 meses, o suficiente para o fim do contrato com os Chargers.
A free agency foi a abertura de uma nova porta para o quarterback. O HC Sean Payton e GM Mickey Loomis viram nele a oportunidade perfeita para o Saints. O time confiou em Drew Brees mesmo sabendo que estava se recuperando de lesão, isso fez com que ele acreditasse em si mesmo novamente.
A cidade de New Orleans tinha acabado de ser devastada pelo furacão Katrina, mas foi no time em que a população se inspirou para seguir em frente. A reconstrução foi importante tanto para o time, a população, a cidade e o jogador.
Atualmente New Orleans é conhecida por sua comida, música e o Saints. Muito se deve ao quarterback e a Sean que, com muita força de vontade, conseguiram reerguer o time novamente, ganhando o Super Bowl pela primeira vez na história.

Em 2019 Drew Brees sofreu uma lesão no polegar direito em um jogo contra os Los Angeles Rams. O jogador teve que ser operado e ficou 5 jogos afastado por conta disso.
Família
Drew conheceu sua esposa Brittany aos 19 anos. Nessa ocasião, ele e o amigo estavam com as mãos cheias de sangue por brincarem na neve sem luvas, por isso ela achava que ele era apenas mais um jogador babaca de futebol americano.
Ela continua tentando evitá-lo, enquanto ele se esforçava muito para conquistá-la. Em uma festa ele decidiu levar Brittany e os amigos para casa no carro dela que era manual, mas ele insistiu que conseguiria. Ele não sabia dirigir carros manuais.
Nesse mesmo dia conversaram sobre a vida e sobre os seus pontos de vista - que eram os mesmos. Foi assim que perceberam serem perfeitos um para o outro, mas Drew não ligou para ela no dia seguinte.
Não sei como, mas Brittany se apaixonou por esse homem tão sem jeito. Foi em 2003 que eles se casaram e, como fruto, tiveram 4 filhos: 3 meninos e 1 menina. A família é o pilar mais forte do jogador.
A coisa que Drew mais gosta é ver o jeito que Brittany ama os filhos e poder vê-los jogar. Os melhores momentos como pai são quando os filhos estão jogando com ele e, assim, ele espera que eles sigam o caminho nos esportes.

Comunidade
New Orleans fez do casal pessoas melhores e por isso a cidade é o lar da família desde 2006. Eles são parte das pessoas mais influentes de NO.
O casal está sempre envolvido em ajudar a comunidade e para isso tem a “Brees’ Dream Foundation” que já arrecadou 20 milhões de dólares para ajudar crianças necessitadas e pessoas com câncer.
Em julho de 2016 Drew lançou seu primeiro livro “Coming Back Stronger: Unleashing the hidden power of Adversity” que foi o top 3 da categoria não ficção do The New York Times.
Em junho de 2020 o jogador se envolveu em uma polêmica declarando ser contra os jogadores que ajoelham no hino nacional por desrespeitarem a bandeira. Após a repercussão negativa do comentário, ele emitiu um pedido de desculpas e confrontou o presidente sobre racismo e violência policial.
Essa foi a história do Drew Brees. Fora do campo, diferente do que estamos acostumados a ver. Afinal, os jogadores também passam por problemas e dificuldades assim como nós. O que acharam? Sabiam dessas curiosidades? Deixem nos comentários.
Comments